As taxas de juro têm vindo a descer, proporcionando algum alívio às famílias nos encargos com o crédito habitação. No entanto, é importante avaliar se esta tendência de redução das prestações continuará e em que medida. Além disso, vale a pena considerar alternativas que possam ser vantajosas. Este artigo analisa a evolução recente das taxas […]
As taxas de juro têm vindo a descer, proporcionando algum alívio às famílias nos encargos com o crédito habitação. No entanto, é importante avaliar se esta tendência de redução das prestações continuará e em que medida. Além disso, vale a pena considerar alternativas que possam ser vantajosas. Este artigo analisa a evolução recente das taxas de juro e apresenta perspetivas até ao final do ano.
Desde o final de 2022, as taxas de juro no crédito habitação passaram de valores negativos para níveis superiores a 4%, como resultado das subidas impostas pelo Banco Central Europeu (BCE). Consequentemente, entre o início de 2022 e junho de 2024, as prestações mensais aumentaram mais de 70%, independentemente do prazo da Euribor (três, seis ou 12 meses). Por exemplo, num empréstimo de 200 mil euros a 30 anos, com um spread de 1%, a prestação mensal subiu mais de 400 euros.
Em junho deste ano, o BCE iniciou uma redução das taxas de juro, já visível nas prestações mensais. No final de 2023, as taxas Euribor rondavam os 4%, enquanto em junho de 2024 a média situava-se em 3,7%. Esta diminuição reflete-se numa redução de cerca de 42 euros na prestação mensal para o empréstimo mencionado anteriormente.
Prevê-se que o BCE possa realizar mais dois cortes nas taxas de juro até ao final do ano, possivelmente em setembro e dezembro, colocando a taxa de referência nos 3,25%. Se isso acontecer, as taxas Euribor deverão acompanhar esta redução, levando a uma diminuição superior a 50 euros na prestação mensal do exemplo citado. Contudo, estas reduções serão graduais e menos expressivas do que as subidas anteriores.
As previsões apontam para que as taxas de juro se mantenham acima dos 3% até 2025. Os futuros e swaps de taxas de juro sugerem que só no final de 2026 as taxas Euribor poderão recuar para valores próximos de 2,5%. Assim, é provável que as taxas Euribor permaneçam em torno dos 3% durante um período prolongado.
Num contexto de descida das taxas de juro, surge a questão: vale a pena optar por uma taxa fixa? Atualmente, as taxas fixas de curto prazo continuam a ser competitivas, situando-se entre 2,5% e 3,75%. Por exemplo, uma taxa fixa de 3,25% a dois anos para um empréstimo de 200 mil euros a 30 anos resulta numa prestação de 873,29 euros. Em comparação, o mesmo empréstimo indexado à Euribor a seis meses, com um spread de 0,9%, implica uma prestação de 1.029,74 euros, considerando a média da Euribor em junho. Esta diferença de 176 euros mensais sugere que, mesmo com as previsões de descida das taxas Euribor, contratar uma taxa fixa de curto prazo pode ser vantajoso.
Se quiser calcular o impacto da variação da Euribor na sua prestação, pode utilizar o Simulador da Variação da Euribor no Crédito Habitação. Contudo, este artigo não substitui a leitura detalhada dos documentos associados ao tema.
